Augusto Maria Dias
Augusto Maria Dias
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Augusto Maria Dias

Augusto Maria Dias, filho de Joaquim Maria Dias e Maria Francisca, nasceu aos 17 de agosto de 1938 no lugar de Aldeia do Cano, freguesia do Cercal do Alentejo, no Concelho de Santiago do Cacém. A sua instrução é pouca. Quando a Escola Primária chegou à sua terra, tinha ele 16 anos, andava “na aceifa” e já não tinha idade para frequentar o ensino diurno. Só mais tarde frequentou a escola noturna, fazendo assim a 3.a classe.

Na vida fez um pouco de tudo. Como trabalhador rural, mondou, ceifou, limpou árvores, tirou cortiça e guardou gado. Depois “foi às sortes”, ficando apurado para o serviço militar a 7 de abril de 1959, tendo assentado praça no Regimento de Artilharia Ligeira n.o
3, em Évora. Dois meses depois foi transferido para a Escola Prática de Artilharia em Vendas Novas, onde fez a quarta classe nas aulas regimentais do Exército. Ao fim de 27 meses, a um mês da passagem à disponibilidade, embarcou a 28 de junho de 1961 no Navio Vera Cruz a caminho de Angola, integrado na Companhia de Caçadores n.o 169, que fazia parte do Batalhão n.o 159. Foi então (como se dizia) “defender os sagrados direitos da Pátria”. Portugal é aqui e lá havia um povo que lutava pela sua independência.

No regresso a Portugal, casou e veio viver para a Amadora, tendo-se seguido Massamá, lugar onde ainda se encontra. O seu primeiro trabalho após ter vindo para aqui foi ser cobrador-bilheteiro na empresa de transportes públicos Eduardo Jorge. Depois, como tinha a carta profissional de condução, foi trabalhar para as Caves Aliança em Cabo Ruivo, em Lisboa. Também como motorista, trabalhou na
firma Pedro S. Pires, transportando mercadoria para as várias sucursais que tinha no país. Por último, fechou a sua atividade profi ssional como taxista na Praça de Lisboa.

Falar dele é falar dos seus poemas. Alguns são de difícil compreensão. São poemas de um homem sem cultura e, pelo seu passado agreste – tal como o descreve em muitos deles – procura retratar-se. Não como um satânico, mas sim para comentar a realidade no dia após dia, ao longo da sua vida. Além dos poemas que mostram discordâncias várias, outros há que falam de amor (quem não ama não sente a dor que a outros faz sentir…!), não querendo de modo algum ferir a sensibilidade de alguém, já que os seus poemas falam de factos reais respeitantes
a um povo do qual faz parte e da exploração a que sempre esteve sujeito.

O tempo tudo vai apagando. O amor, os homens e as cidades vão ficando.
Se o papel deste livro for bom, também ele irá perdurar.

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